sábado, 20 de novembro de 2010

-Então Chalie Brown, o que é amor pra você?

-Então Chalie Brown, o que é amor pra você?

- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir...acho que isso é amor.
"Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente." caio f.



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

P.S:

P.S: "Guardo pra te da as cartas que eu não mando
       conto por contar e deixo em algum canto..."

Carta extraviada 5

Tudo o que vejo são telas digitais, um novo mundo feito de chips e megabytes, e você vêm falar de amor, um amor que deixaria a todos incrédulos por ser real demais.
Não recebi suas cartas, mas sei que elas foram escritas, o universo regido por ícones eletrônicos induz a fantasias telepáticas. Ser intuitiva também é uma forma de conexão, há muitas cartas extraviadas viajando pelo espaço, sem fios ou cabos, sem satélites, palavras silenciadas e igualmente transmitidas. Amor é um troço raro e sempre de vanguarda.
Também escrevo minhas cartas que não são postadas, cartas digitalizadas no sonho, um mundo de excelentes intenções, nostalgias, poesias, essas coisas quase fluviais.
Você vem falar de amor de um modo que emociona, e eu vou falar de amor como se fosse sua resposta. Agradeço, primeiramente, o amor recebido e negado, demonstrado e não, seus adjetivos, seus diagnósticos e o tempo percorrido, se foi um amor de verão ou se comemorou vinte bodas anuais, o amor que sinto não é dado a configurações, o amor transcende, nunca foi mortal como a gente.
Gosto destes sons, embala o amor a rima, navego empurrada pelos ais e por sufixos e sílabas que remam, remam, aqui vão minhas palavras navais. O amor não tem ancoradouro, porto, cais – o amor é navegante e recolhe pessoas neste mar de distraídos, salva vidas. O amor que você narra e a mim dirige é amor primitivo, fora de catálogo, é sorte dos amores ambientais, estão por toda parte, para senti-lo requer apenas querê-lo. Conceitos fugazes do amor? Não creio. Há os amores produzidos e os amores naturais, os amores duros e os rarefeitos, há os que nascem do peito e os ancestrais, amores vários, todos iguais.
Em diversas cartas há seu apelo e sua culpa pelo amor não-vivido. O amor vive apesar de nós, tudo o que se sente é validado por ser existente, não sofra mais. Foram cartas não assinadas, não enviadas, talvez escritas por mais de uma pessoa, tanto faz. São cartas de amor, e mesmo com angústia e anonimato, sobrevive nelas o tesouro de um sentimento bruto, porém não violento. O amor comentado nestes tempos que correm é produto, assunto de revistas e jornais, o amor nos tempos que correm deveria ir mais devagar, aceitarem-se múltiplos, gozo, gás. Você que escreve mentalmente, você que escreve cartas para ficar, você que não sabe direito que amor é esse e que só quer se desculpar, você que ama livre e você, entre grades, você que ama em pensamento, você e você e você, nós todos e nossos amores ornamentais, que ainda nos fazem chorar e mal entender, carentes existenciais, você e você e você e nossas cartas abortadas, digamos para nós mesmos: comunicar é lindo e gritar o amor é nobre, dizer te amo é bálsamo e mais ainda, escutar. Mas o amor independe, o amor, remetente, é transcrito no olhar, há quem entenda e há quem procure lê-lo em outro lugar. Amor é carta que mesmo extraviada está ora chegando e partindo, e pode cair em mãos que não as destinadas, mas onde estiverem as palavras, escritas ou caladas, onde estiverem os desejos e seus códigos postais, não importa a data em que foram selados, serão sempre cartas de amor e amores que alcançaram seus finais.
 Martha Medeiros

Carta extraviada 3


Não é da minha natureza esperar que me dêem liberdade, não espero pelo pouco que há de essencial na vida. Sendo liberdade uma delas, eu mesmo me concedo. Ser livre não me ensinou a amar direito, se por direito entende-se este amor preestabelecido, mas me ensinou as sutilezas do sentimento, que, afinal, é o que o caracteriza e o torna pessoal e irreproduzível. Te amo muito, até quando não percebo.
O amor que eu sinto pode parecer estranho, e é por isso que o reconheço como amor, pois não há amor universal: não, caríssima. Não há um amor internacional, assim como são proclamados os cidadãos do mundo. Cada cidadão, um coração, e em cada um deles, códigos delicados. Se não é este o amor que queres, não queres amor, queres romance, este sim, divulgadíssimo. Te amo muito, e não sinto medo.
Bela e cega, buscas em mim o que poderias encontrar em qualquer canto, em todo corpo, homens e mulheres ao alcance de teus lábios e dedos, romance: conhecido o enredo, é fácil desempenhá-lo. E se casam os românticos, e fazem filhos e fazem cedo.
O amor que sinto poderia gerar casamento, pequenos acertos, distribuição de tarefas, mas eu gosto tanto, inteiro, que não quero me ocupar de outra coisa que não seja você, de mim, do nosso segredo. Te amo muito, e pouco penso.
Esta carta não chegará, como não chegarão ao seu entendimento estas palavras risíveis, estes conceitos que aos outros soariam como desculpa de aventureiro ou até mesmo plágio, já que não há originalidade na idéia, muito difundida, porém bastante censurada. Serei eu o romântico, o ingênuo? Serei o que quiseres em teu pensamento, tampouco me entendo, mas sinto-me livre para dizer-te: te amo muito, sem rendimento, aceso, amor sem formato, altura ou peso, amor sem conceito, aceitação, impassível de julgamento, aberto, incorreto, amor que nem sabe se é este o nome direito, amor, mas que seja amor. Te amo muito, e subscrevo-me.
Martha Medeiros

domingo, 14 de novembro de 2010

Martha Medeiros

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas              
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Calem a Boca Nordestinos!

OBS: Recebi por email o texto a seguir e resolvi postar aqui.
Me espanta a ignorancia de tantos brasileiros, pessoas pobres de conhecimento. 
Fica a dica: Estudem!!! Porque nada pode ser feito diante tamanha ignorancia.
Ao dono do texto meus aplausos!!!




Calem a Boca Nordestinos!



A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!
José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.


João Eduardo


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O que estão fazendo com as nossas crianças?



"Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear..."



Queria mesmo ver esse futuro melhor por cima do muro mas, não vejo. 
Queria dizer que vejo um futuro brilhante já que as nossas crianças( que dizem ser o nosso futuro) estão sendo bem tratadas e bem educadas.
Mas o que estão fazendo com o nosso futuro? O que estão fazendo com as nossas crianças?
Como se nao bastasse tantas crianças nas ruas abandonas, sem lar, sem educação, sem carinho e perspectivas de vida agora resolveram alienar as nossas crianças colocando a religião como pretexto. Sei que religião nao se discute, fé? esse q não se discute mesmo mas alimentar numa criança que ela tem o poder de cura e usá-la para angariar mais fundos pras Igrejas, isso nao, por favor, é cruel, é desumano. Imagino uma criança dessas daqui ha uns 20 anos, uma criança transtornada, ou pela decepção de nao ser o que construíram, em sua mente ou por acreditar ferrenhamente que pode mesmo curar alguém com um simples toque.
Aonde vamos chegar com tanto oportunismo? É o momento de repensar nesse mundo capitalita, individualista e triste que vivemos.
Vamos cuidar das nossas crianças, cultivar bons sentimentos e bons princípios morais e religiosos. Vamos parar de tanta hipocrisia. Vamos viver e deixa-las viver também.


Refetir: (é a letra de uma música)



"Uma criança o papai parou    
Sorrindo lhe estendeu a mão
Me dá licença meu senhor
Desculpe tô de pé no chão
A minha roupa tá rasgada
Nem o cabelo penteei
É que dormi nessa calçada
e com o sol eu acordei
Queria ser como seu filho
Correr, brincar e jogar bola
Ter uma mãe pra me acordar
E ter um pai pra me levar a escola
Meus pais não sei por onde andam
A minha casa é essa esquina
Meus irmãos são as estrela
E a vida me ensina
Moço ouvi dizer
Que sou a esperança
Mas não sei do que
Se ninguém me ver como criança
Moço eu vivo aqui
Sem carinho e proteção
Vá pro seu trabalho
Só quero um trocado
Pra comprar um pão"




"Que força é essa, linda flor?    
Que se anuncia sem pudor
Que faz o mundo se inclinar
Só pra poder te admirar
Teu riso realçando a flor
Inebriante caminhar
A lua sobre o pobre mar
Debruça pra te admirar
Que prece é essa?
Que sonho é esse?
Que forma tão rara
Que olhar sincero
Que força é essa, linda flor..."
o teatro mágico